sábado, 6 de junho de 2009

Os "gominhos" do bonitinho


Pode ser falta de sorte, falta de investimento no setor, falta de alternativas no mercado, urucubaca de algum ex... enfim, as causas são indefinidas, mas um fato é inquestionável: estou numa fase de, digamos, poucas ofertas sentimentais. Vulgarmente falando, enfrento uma popular "seca". E - como determina a Lei de Murphy - nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais, ainda fui vítima de uma das piores abordagens de toda a minha história de tentativa e erro a procura de um par decente.

Sábado de outono, friozinho sem chuva, novas roupa, novas madeixas... tudo propício para uma noite com final feliz numa festinha de aniversário de duas amigas no Cinemathéque, em Botafogo. Lugar bacaninha, música boa, amigos reunidos... eis que surge o primeiro sinal de que a noitada prometia surpresas. O meu chefe (sim, o patrão do sirviço) também resolveu prestigiar o eveiinto. "Vou ter que segurar o tchan", pensei, antes de perceber que ele já olhava com expressão irônica para o copo de vodka nada singelo que me fazia companhia.

Tudo bem, a presença do meu chefe não era exatamente um problema (embora a cada minuto alguém viesse me alertar para o fato). O incoveniente maior era a inércia dos espécimes do sexo masculino (belos exemplares, diga-se de passagem) do recinto, que não correspondiam à minha predisposição a, digamos, interagir naquela noite.

Eis que sou abordada por um espécime muito bem apessoado. Tudo bem, ele vestia uma camisa pólo. Mas ninguém é perfeito, né? Bem... voltemos à abordagem. Eu consumia uma caipirinha ladeada por algumas amigas e ele, também ladeado por amigos, executava movimentos que me pareciam uma tentativa de dança. E entre um passinho e outro, me lançava olhares nada sutis. Até que resolveu evoluir à etapa seguinte do processo, usando a minha caipirinha como gancho para a puxada de assunto. Seria até uma jogada criativa, não tivesse o moçoilo perdido o tom com uma abordagem digna de cena de filme da Márcia Imperator. Compartilho:

- E aí?, perguntou-me.
- Sua caipirinha é de limão?
- É, sim. Quer provar?
- Não... só queria saber de uma coisa... dá pra sentir os gominhos na sua boca?


Ao invés de responder, optei por ir buscar outra caipirinha. E terminei a noite beijando um moço paramentado com uma camisa do Flamengo.

A mistura álcool + carência faz uma mulher cometer delitos imperdoáveis...